Cerca de 100 índios de várias etnias e aldeias de Mato Grosso do Sul fizeram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (29), na praça do Rádio Clube, no Centro de Campo Grande. Eles pediram melhorias no sistema de saúde indígena do estado.
O protesto começou por volta das 10h. Os manifestantes leram uma carta pública onde foram apontados problemas como falta de infraestrutura nas unidades de saúde indígenas, falta de equipamentos, veículos e medicamentos, além dos baixos salários pagos aos agentes e profissionais que atuam nas aldeias. Um documento com reivindicações deve ser encaminhado à Presidência da República.
Segundo os índios, os serviços de saúde prestados a eles pioraram nos últimos dois anos, quando as ações de promoção à saúde indígena deixaram de ser responsabilidade da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e passaram a ser administradas pelo Ministério da Saúde.
Isso aconteceu após a aprovação de uma lei, em agosto de 2010 pelo Senado Federal, que foi regulamentada pelos decretos 7.335 e 7.336, assinados pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante a tarde, os manifestantes seguem até o núcleo do Ministério da Saúde, na rua 13 de Maio, onde farão um ato simbólico. “Acreditamos que a saúde indígena em Mato Grosso do Sul está morrendo. Por isso, trouxemos um caixão feito por nós mesmos e hoje vamos sepultar a saúde”, explicou o índio da etnia Terena Fernando de Souza, de 44 anos, morador da aldeia indígena Jaguapiru, em Dourados.
Reivindicação
No sul do estado, indígenas da aldeia Tey Kuê, em Caarapó, a 273 km de Campo Grande, interditaram a MS-280 por três horas na manhã desta sexta-feira (29) também em tom de protesto pela saúde e pela escassez de água potável. Aproximadamente 350 índios participaram.
De acordo com lideranças da aldeia, cerca de 60% da água consumida pelos moradores vem de poços artesianos, de uma represa e não há água para todas as famílias.
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