sábado, 30 de junho de 2012

Índios fazem manifestação pedindo melhora no sistema de saúde


Cerca de 100 índios de várias etnias e aldeias de Mato Grosso do Sul fizeram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (29), na praça do Rádio Clube, no Centro de Campo Grande. Eles pediram melhorias no sistema de saúde indígena do estado.

O protesto começou por volta das 10h. Os manifestantes leram uma carta pública onde foram apontados problemas como falta de infraestrutura nas unidades de saúde indígenas, falta de equipamentos, veículos e medicamentos, além dos baixos salários pagos aos agentes e profissionais que atuam nas aldeias. Um documento com reivindicações deve ser encaminhado à Presidência da República.

Segundo os índios, os serviços de saúde prestados a eles pioraram nos últimos dois anos, quando as ações de promoção à saúde indígena deixaram de ser responsabilidade da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e passaram a ser administradas pelo Ministério da Saúde. 

Isso aconteceu após a aprovação de uma lei, em agosto de 2010 pelo Senado Federal, que foi regulamentada pelos decretos 7.335 e 7.336, assinados pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a tarde, os manifestantes seguem até o núcleo do Ministério da Saúde, na rua 13 de Maio, onde farão um ato simbólico. “Acreditamos que a saúde indígena em Mato Grosso do Sul está morrendo. Por isso, trouxemos um caixão feito por nós mesmos e hoje vamos sepultar a saúde”, explicou o índio da etnia Terena Fernando de Souza, de 44 anos, morador da aldeia indígena Jaguapiru, em Dourados.

Reivindicação

No sul do estado, indígenas da aldeia Tey Kuê, em Caarapó, a 273 km de Campo Grande, interditaram a MS-280 por três horas na manhã desta sexta-feira (29) também em tom de protesto pela saúde e pela escassez de água potável. Aproximadamente 350 índios participaram.

De acordo com lideranças da aldeia, cerca de 60% da água consumida pelos moradores vem de poços artesianos, de uma represa e não há água para todas as famílias.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Decretada prisão preventiva de ativistas o Xingu Vivo em Altamira.


Informações que chegam agora de Altamira – PA, confirmam que acaba de ser decretada a prisão preventiva de 11 ativistas do Movimento Xingu Vivo para Sempre, que participaram do Seminário “Xingu + 23” de 13 a 20 de junho deste ano


Segundo fontes do Movimento, o pedido de habeas corpus preventivo, que tinha sido encaminhado pelo advogado Marco Apolo Leão, foi negado pela Juiza da 3 Vara Penal de Altamira.

Por sua vez a mesma Juiza acolheu o pedido da polícia civil e decretou a prisão preventiva dos 11 ativistas.

A polícia de Altamira, na tentativa de criar factóides em favor da NESA e do CCBM, já está considerando os ativistas como foragidos, quando na verdade são padres, freiras, pescadores, jornalistas e pessoas ligadas aos Movimentos Sociais e dos Direitos Humanos. Todos com endereço fixo, profissão reconhecidas e sem antecedentes criminais.

Mais uma vez a justiça brasileira se coloca ao lado dos poderosos, criminalizando pessoas que optaram lutar em defesa da vida e dos povos do Xingu.

Marquinho Mota
Comitê Xingu Vivo
Marquinho Mota
www.amarcbrasil.org.
www.faor.org.br
www.xinguvivo.org
www.xingu-vivo.blogspot.com
(91) 3261 4334/81389805
Pai da Iamã, da Anuã, do Iroy e da Luna.
Assessoria à Rádios Comunitárias
Viva os Nossos Rios, Vivos e sem Barragens!!!
Fonte: http://rogerioalmeidafuro.blogspot.com.br/2012/06/decretada-prisao-preventiva-de.html

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Clima em inglês






Confiram expressões relacionadas ao clima:
1. Como está o clima?: How is the weather?; what’s the weather like?
Ex: What’s the weather like today? It is rainy. (Como está o tempo hoje? Está chuvoso.)
2. Tempo esquisito, estranho: Strange weather
Ex: What strange weather we’re having! (Que tempo estranho esse!)
3. Chover: Rain
Ex: It’s finally decided to rain. (Finalmente resolveu chover.)
4. Parece que vai chover: It looks like rain; It looks like it’s going to rain
Ex: Stay here. It looks like it’s going to rain. (Fique aqui. Parece que vai chover.)
5. Previsão do tempo: Weather forecast
Ex: The weather forecast says it’s going to rain more. (Há previsão de mais chuva.)
6. De clima frio; de clima quente: Cold-weather; hot-weather
Ex: Canada is a cold-weather country. (O Canadá é um país de clima frio.)
Ex: It usually happens in hot-weather countries. (Isto costuma acontecer em países de clima quente.)
7. Fazer sol, ventar: To be sunny, to be windy
Ex: It’s going to be sunny tomorrow. (Vai fazer sol amanhã.)
Ex: It is windy today. (Está ventando hoje.)
8. Fechar (Ficar ruim): Turn bad
Ex: The weather suddenly turned bad. (O clima fechou de repente.)
9. Seca: Drought
Ex: In Missouri, the drought lasted from 1930 to 1941. (Em Missouri, a seca durou de 1930 a 1941.)
10. Melhorar (clima): Clear up
Ex: The weather cleared up early in the afternoon. (O tempo melhorou no início da tarde.)
11. Nevoeiro: Fog
Ex: The plane couldn´t take off because of the fog. (O avião não pode decolar por causa do nevoeiro.)
12. Relâmpago, raio: Lightning
Ex: Lightning doesn’t strike twice in the same place. (Raio não cai duas vezes no mesmo lugar.)
13. Calorento/friorento: Sensitive to the heat/cold
Ex: He is sensitive to the heat. (Ele é calorento.)
Ex: Are you sensitive to the cold? (Você é friorento?)

terça-feira, 26 de junho de 2012


Rio+20:Indigenous Peoples International Declaration on Self-Determination and Sustainable Development

June 21 2012
Indigenous Peoples International Declaration on Self-Determination and Sustainable Development 19 June, 2012, Rio De Janeiro

Indigenous Peoples from all regions of the world met at the “Indigenous Peoples International Conference on Sustainable Development and Self Determination,” from June 17th – 19th 2012 at the Museu da República in Rio de Janeiro, Brazil.

We thank the Indigenous Peoples of Brazil for welcoming us their homelands and express our solidarity for their struggles imposed development such as the Belo Monte Dam which threaten their homelands and ways of life. We also thank indigenous peoples from all regions of the world for their preparatory activities and engagement in this process.

We affirm with one voice that it is time to assume the historical responsibilities to reverse centuries of predation, pollution, colonialism, the violation of rights and genocide. It is time to assume the responsibilities towards our future generations. It is time to choose life.

1. Culture as a fundamental dimension of Sustainable Development

As Indigenous Peoples, our fundamental cultural belief systems and world views based on our sacred relationships to each other and Mother Earth have sustained our peoples through time. We recognize the contributions and participation of our traditional knowledge holders, indigenous women and youth.

Cultures are ways of being and living with nature, underpinning our values, moral and ethical choices and our actions. Indigenous peoples’ abiding survival is supported by our cultures, providing us with social, material, and spiritual strength. We believe that all societies must foster cultures of sustainability, and that Rio +20 should highlight the cultural, moral and ethical dimensions, as the most fundamental dimension of sustainable development.

2. Full Exercise of our human and collective rights

We see that Mother Earth and all life is in a serious state of peril. We see the current model of sustainable development continues to proceed on the road of peril. As indigenous peoples we have experienced the terrible and negative impacts of this approach. These threats extend to peoples in voluntary isolation.

Sustainable development is realized through the full exercise and fulfillment of human rights. Indigenous Peoples see sustainable development and self-determination as complementary. Progress in various countries has happened to the extent that States have fulfilled their duties to respect, protect and promote our human rights, while conflicts have escalated where governments have imposed top-down development, whether labeled “sustainable”, “pro-poor” or “green”.

The UN Declaration on the Rights of Indigenous Peoples is the standard to be applied in the implementation of sustainable development at all levels, including respect for full participation in decision-making and our Free, Prior, Informed Consent (FPIC) to policies, programmes and projects affecting us.

3.Strengthening diverse local economies and territorial management

For Indigenous Peoples, self determination is the basis for Buen Vivir/ living well , and this is realised through secure land rights and territorial management and the the building of vibrant community economies. These local economies provide sustainable local livelihoods, community solidarity and are critical components of resilient ecosystems.

We will continue to strengthen and defend our economies and rights to our lands, territories and resources, against extractive industries, predatory investments, land-grabbing, forced relocation and unsustainable development projects.These include large scale dams, plantations, large-scale infrastructure, tar sands extraction and other mega-projects, as well as the theft and appropriation of our biodiversity and traditional knowledge.

From the conference emerged many answers to address the global crises, as varied as the many cultures present at the meeting. The greatest wealth is nature’s diversity and its associated cultural diversity, both of which are intimately connected and which should be protected in the same way.

Indigenous peoples call upon the world to return to dialogue and harmony with Mother Earth, and to adopt a new paradigm of civilization based on Buen Vivir – Living Well. In the spirit of humanity and our collective survial, dignity and well-being, we respectfully offer our cultural world views as an important foundation to collectively renew our relationships with each other and Mother Earth and to ensure Buen Vivir/ living well proceeds with integrity.

Based on these affirmations and agreements, we commit to carry out the following actions:

Within and among Indigenous communities, Peoples and Nations

1) We will define and implement our own priorities for economic, social and cultural development and environmental protection , based on our traditional cultures, knowledge and practices, and the implementation of our inherent right to Self-determination

2) We will revitalize, strengthen and restore our institutions and methods for the transmission of our traditional knowledge and practices focusing on transmission by our women and men elders to the next generations

3) We will restore knowledge and trade exchanges, including seed exchanges, among our communities and Peoples reinforcing the genetic integrity of our biodiversity.

4) We will stand in firm solidarity with each other’s struggles to oppose projects that threaten our lands, forests, waters, cultural practices, food sovereignty, traditional livelihoods, ecosystems, rights and ways of life. We also stand in solidarity with others whose rights are being violated, including campesinos, fishers and pastoralists.

Regarding Actions of States and Corporations:

1) We will continue to reject the dominant neo-liberal concept and practice of development based on colonization, commodification, contamination and exploitation of the natural world, and policies and projects based on this model.

2) We insist that States fully implement their commitments under National and International laws and standards which uphold the inherent, inalienable, collective and inter-generational rights of Indigenous Peoples and rights affirmed in Treaties, Agreements and Constructive Arrangements, the UN Declaration on the Rights of Indigenous Peoples and ILO Convention No. 169.

3) We will reject and firmly oppose States policies and programs that negatively impact Indigenous Peoples’ lands and territories, ecosystems and livelihoods, or which permit corporations or any other third parties to do so.

At the United Nations

1) We insist on full and effective participation in all discussions and standard setting activities regarding sustainable development, biodiversity, environment and climate change and for the implementation of the UN Declaration on the Rights of Indigenous Peoples in all these processes.

2) We will carry these messages to the UN Conference on Sustainable Development, the World Conference on Indigenous Peoples (WCIP, 2014) and all other International processes where our rights and survival are affected. We propose that Indigenous Peoples vision and practice of Sustainable Development be a focus of discussion at the WCIP.

We adopt this Declaration on the 19th of June, 2012, in Rio affirming our rights and reiterating our sacred responsibilities. to future generations.


Um pouco da Beleza aquática do Rio de Janeiro

Este vídeo foi gravado no Rio de Janeiro, numa das mais belas prais que eu e o Apurinã pudemos conhecer através do grande amigo Valdir.

segunda-feira, 11 de junho de 2012


Rejane Terena

Indígena formada em Enfermagem pela UEMS apresenta trabalho acadêmico em congresso na França

Montpellier, França. É esse o destino de mais uma egressa indígena da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) que dá mais um passo importante em sua vida profissional. Rejane Miguel da Silva que foi aluna do curso de Enfermagem da UEMS/Dourados, recebendo apoio do Programa Rede de Saberes durante a graduação, participa do 13th Congress of the International Society of Ethnobiology (ISE 2012), que acontece no período de 20 a 25 de maio de 2012.
26/05/2012

Dourados informa/FB

Montpellier, França. É esse o destino de mais uma egressa indígena da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) que dá mais um passo importante em sua vida profissional. Rejane Miguel da Silva que foi aluna do curso de Enfermagem da UEMS/Dourados, recebendo apoio do Programa Rede de Saberes durante a graduação, participa do 13th Congress of the International Society of Ethnobiology (ISE 2012), que acontece no período de 20 a 25 de maio de 2012.

A enfermeira apresenta no evento o trabalho intitulado “The use of medicinal plants in the healing process in Terena communities in Mato Grosso do Sul” – (O uso das plantas medicinais e o processo de cura nas comunidade Terena de Mato Grosso do Sul). “Esta é uma oportunidade para mostrar a sabedoria dos usos das plantas consideradas medicinais pelo povo Terena, cujos conhecimentos passam de geração a geração”, diz.
Este trabalho foi elaborado como pré-projeto para ingresso no curso de Mestrado na UnB e agora foi aprovado para ser apresentado neste importante evento da área da Etnobiologia.

Fonte: http://www.midiamax.com

O povo Kinikinau

SITUAÇÃO ATUAL



Durante muito tempo, foi negada pelo próprio órgão indigenista, primeiramente o SPI e depois a Funai, a possibilidade de se identificarem como Kinikinau, pois eram obrigados pelos chefes de posto a se registrarem como Terena. Em 1997, a Prefeitura de Porto Murtinho, através da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes, iniciou um trabalho de Educação Escolar na Reserva Indígena Kadiwéu com a perspectiva da implantação de escolas que atendessem às necessidades de cada aldeia: Bodoquena, Barro Preto, Campina, São João e Tomázia.
Na aldeia São João, entre 1997 e 99 foram realizadas reuniões e debates sobre a escola que os índios desejavam, verificando-se que a maioria rejeitava um tratamento igual àquele oferecido aos Kadiwéu. Isso levou a se pensar, então, em uma escola que atendesse a índios Terena, o que também foi rejeitado pelo grupo. Evidente que esse fato causou muita estranheza e, ainda que timidamente, os Kinikinau começaram a expressar a partir desse episódio uma identidade étnica distinta.
Durante as reuniões verificou-se que se identificar como Terena representou, durante muito tempo, uma das estratégias utilizadas pelo grupo Kinikinau para sobreviver a toda sorte de perseguições a que foi submetido. Segundo o professor Inácio Roberto Kinikinau, eles lutam até hoje para provar que existem e que têm direito à terra, educação e identidade:Assim como outros índios, nós também estamos alcançando o direito de dar aulas para nosso povo. Eu espero que o estudo signifique a valorização cultural e mais respeito para os Kinikinaus. Por isso, deixo uma mensagem para outros índios que também estão em sala de aula: é preciso persistência, muita luta e quando ficar muito, muito difícil continuar, pense nos seus filhos, nos seus netos e no seu povo! Nas nossas palavras, hinga ûti koinukunoen hainiye ûti xo mêun (Revista Nova Escola, 2004).
Três Kinikinau fizeram parte do Curso de Formação de Professores Kadiwéu e Kinikinau oferecido pela Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer de Porto Murtinho, entre os anos de 2002 e 2004. Dois deles concluíram com êxito o referido curso: Inácio Roberto e Rosaldo de Albuquerque Souza.
Em 2003, o professor Inácio Roberto participou de pelo menos dois eventos de repercussão nacional em que manifestou a existência de seu grupo: I Encontro Nacional dos Povos Indígenas em Luta pelo Reconhecimento Étnico e Territorial (Olinda/ PE, 15 a 19/05/2003) e Seminário dos Povos Resistentes: A presença indígena em MS (Corumbá/MS, 10 a 12/12/2003). Nesses encontros, o professor indígena e ex-policial militar falou sobre a difícil luta que os Kinikinau têm travado para serem conhecidos e oficialmente reconhecidos pelo Estado brasileiro. Há poucos estudos lingüísticos e de caráter histórico e antropológico, destacando-se os trabalhos de Doutorado em curso de Ilda de Souza (Lingüística) e de Iara Quelho de Castro (Ciências Sociais), ambos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Os Kinikinau reconstruíram suas vidas longe das terras tradicionalmente ocupadas pelo grupo. Entretanto, sem território físico próprio, com a língua em processo de revitalização e distantes de maior interesse acadêmico, esses índios só puderam se apoiar na Educação Escolar para atingir seus objetivos de visibilidade e aceitação. Acreditam que somente uma escola que esteja a serviço do próprio grupo poderá se constituir como um dos caminhos para a consecução desses objetivos.
Assim, o Curso de Formação de Professores Kadiwéu e Kinikinau constituiu-se um verdadeiro espaço de fronteiras simbólicas e/ ou identitárias. Seja nas aulas de Antropologia Cultural, História ou Geografia, os Kinikinau, mais do que os próprios Kadiwéu, demonstraram o desejo de conhecer, debater e compreender questões relacionadas à etnicidade, à identidade étnica e ao território. Assim, os Kinikinau presentes ao Curso puderam perceber que, apesar de estarem na mesma categoria relacional que os Kadiwéu, ou seja, de “índios”, não eram os mesmos indígenas que os remanescentes Mbayá-Guaikuru.

Embora tenham sido, durante muito tempo, confundidos com os Terena, os Kinikinau concebem-se diferentes destes e de quaisquer outros membros de sociedades indígenas. As armas de que dispõem para lutar pelo reconhecimento étnico e territorial serão escolhidas pelo próprio grupo e poderão envolver a manutenção do uso da língua Kinikinau e a atualização de tradições há tempos em desuso, como a Dança do Bate-Pau, também presente entre os Terena.
Das discussões oferecidas pelo Curso de Formação de Professores pode-se destacar as que versaram sobre identidade étnica e territorialidade propostas em conjunto pelos professores das disciplinas de Antropologia Cultural, Geografia e História. Os alunos Kadiwéu fazem parte de um grupo que possui o usufruto de mais de 500 mil hectares de terras demarcadas e homologadas desde a década de 1980. São conhecidos e reconhecidos pela inconfundível cerâmica produzida pelas mulheres e pelo passado de “índios cavaleiros”. Sobre eles existe ampla bibliografia de cunho histórico e antropológico e mais recentemente alguns trabalhos em áreas diversas do conhecimento. Com os alunos Kinikinau a situação é praticamente oposta: além de não possuírem terras demarcadas, não são reconhecidos pelo órgão indigenista oficial brasileiro e os poucos livros que se referem a eles os tratam como um grupo extinto. De um lado, os Kadiwéu altivos e conscientes de sua importância no cenário étnico sul-mato-grossense e brasileiro; de outro, os Kinikinau, em menor número, mas muito determinados a se fazerem ver e serem respeitados enquanto grupo étnico, o que implica, entre outras coisas, o reconhecimento por parte do Estado brasileiro.
A busca por esse reconhecimento oficial tem suma importância para os Kinikinau nos dias de hoje em sua luta na reconquista de territórios tradicionais. O caminho para se chegar a estes passa pela identificação da sociedade envolvente, uma vez que o processo de auto-identificação já se encontra em andamento.
Uma outra situação está latente entre os dois grupos que coabitam a Reserva Indígena Kadiwéu: os Kadiwéu permitem que os Kinikinau permaneçam em suas terras, no entanto rejeitam quaisquer propostas de ampliação de limites da aldeia São João. Os Kinikinau estão preocupados com o futuro, pois já não são apenas 12 pessoas (como afirma o ancião Leôncio Anastácio quando da chegada dos “pioneiros”) e a população provavelmente acompanhará o ritmo de crescimento demográfico observado em muitos outros grupos indígenas no Brasil, necessitando de mais terras para sobreviver. Entretanto, o desejo que se torna imperioso entre eles é o de terem um “lugar Kinikinau” onde possam reconstruir a memória do grupo, institucionalizando o espaço através dos ritos e dos mitos, assegurando, dessa forma, a continuidade da presença histórica Kinikinau.
Recentemente, a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul, com recursos do Programa Fome Zero Indígena, organizou o Seminário Povo Kinikinawa: Persistindo a Resistência. Cerca de quarenta indígenas Kinikinau, entre crianças, jovens, adultos e idosos estiveram reunidos na Pousada Águas de Bonito entre os dias 16 e 18 de junho de 2004. Juntos, puderam debater sobre a situação atual em que vivem e elaboraram um documento, a Carta de Bonito, em que exigem, dentre outras reivindicações, reconhecimento oficial da existência da etnia por parte do Estado brasileiro. Durante os três dias de encontro receberam informações dos professores Giovani José da Silva e José Luiz de Souza a respeito das terras tradicionais dos Kinikinau e noções de Antropologia, Direito, Geografia e História.
A presença e a participação dos professores Kinikinau foi de suma importância para o encaminhamento das decisões tomadas pelo grupo. Acredita-se que a Educação Escolar poderá desempenhar um importante papel como espaço da afirmação da identidade étnica dos Kinikinau de Mato Grosso do Sul, pois, como a ave fênix, esses índios renascem das próprias cinzas, buscando provar que estão vivos e que possuem direitos históricos que até o momento lhes foram negados:
Para garantir o nosso futuro, precisamos que toda sociedade saiba que somos Kinikinau. E, como povo, queremos principalmente voltar para o nosso território de origem, para que tenhamos a garantia da sobrevivência digna, com saúde e com uma escola específica para nosso povo e dirigida por nós mesmos (Seminário Povos Resistentes, 2004).
01:: Nicolau Flores e a carteira de identidade Kinikinau de Inácio Flores.Foto: José Luiz de Souza, 2004.
Giovani José da Silvagiovanijosedasilva@ig.com.brAntropólogo e Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG)
José Luiz de Souzasouzajlgeo@bol.com.brSociólogo e Geógrafo, mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Maio 2005


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Interessante, como Biólogo é bom saber a idade e o tamanho fetal. São fases da vida.
[Size=18] Tempo da Gestação (em semanas) Comprimento do feto.

05 0,2 cm      24 30 cm
Biólogo Kinikinau.
06 0,3 cm      25 32 cm
07 0,8 cm      26 33 cm
08 1,2 cm      27 34 cm
09 02 cm       28 35 cm
10 04 cm       29 37 cm
11 06 cm       30 39 cm
12 08 cm       31 40 cm
13 10 cm       32 41 cm
14 13 cm       33 42 cm
15 15 cm       34 44 cm
16 17 cm       35 45 cm
19 22 cm       36 47 cm
20 24 cm       37 48 cm
21 26 cm       38 49 cm
22 28 cm       39 50 cm
23 29 cm       40 51 cm


Atenção! 
Estes números servem apenas como referência, podendo ocorrer uma pequena variação para mais ou para menos.